Não existe uma lista de itens que indiquem que uma pessoa possa estar passando por uma crise suicida, mas alguns sinais podem chamar a atenção principalmente do núcleo social mais próximo, como a família e os amigos. "Uma pessoa que tem alterações de humor agressivas e atitudes violentas deve ser observada porque isso, associado a uma depressão, pode acabar levando a uma atitude extrema, como o suicídio. Outro sinal é o isolamento: pessoas que estão vivendo sozinhas durante muito tempo e que estão fugindo de vínculos sociais, da companhia de outras pessoas", explica a psicóloga Cíntia Aleixo.
É possível notar essas mudanças comportamentais de uma forma mais clara nas atividades diárias dessas pessoas, como trabalho, faculdade e escola. Uma queda de desempenho repentina, faltas recorrentes e uma diminuição do interesse por coisas que antes eram naturalmente importantes para essas pessoas também podem ser sinais de que algo não vai bem. "Em muitos casos, quando o homem tem vergonha de procurar ajuda, eu percebo que o parceiro ou a parceira podem fazer o incentivo", afirma a médica. Também é comum que haja mudanças nos padrões de sono, dormindo demais ou tendo insônia, e nos hábitos alimentares, se alimentando mal ou tendo perda de apetite.
"Pessoas que já possuem, por exemplo, um diagnóstico clínico de depressão com alcoolismo, traços de personalidade distorcida, esquizofrenia, alguma incapacidade mental e aqueles que perderam alguém muito próximo, com um nível parental muito estreito, são mais vulneráveis", alerta a especialista. O abuso de substâncias químicas também são fatores de risco e devem ser levados em conta: estima-se que 90% dos casos de suicídio estejam atrelados ao uso de alguma droga, lícita e ilícita.
Lidar com a depressão e outros problemas mentais não é fácil e pedir ajuda não é sinônimo de fraqueza. A melhor forma de prevenir o suicídio é superar os preconceitos e buscar informação e ajuda médica. O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional e prevenção ao suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuita todas as pessoas que querem e precisam conversar. Com sigilo total você pode buscar ajuda por telefone (número 188), email e chat 24 horas todos os dias da semana.
Cíntia Aleixo é uma psicóloga e coach parental que atua como consultora em casos de racismo na infância, na adolescência e na educação. Também é palestrante abordando temas temas como bem-estar, comunicação não violenta, afetividade, empatia, depressão e ansiedade. | Instagram | Site
Por: Ramon Andrade