Neste sábado (3), às 15h45, Real Madrid e Juventus entram em campo pela final da Champions League, encerrando a temporada europeia. E, assim como tem sido nos últimos anos, a partida que será disputada em Cardiff, no País de Gales, estará recheada de brasileiros. Do lado madrileño, Marcelo e Casemiro devem ser titulares, enquanto Danilo começa no banco. Do lado bianconero, Alex Sandro e Daniel Alves vivem grande fase e só ficam de fora por uma catástrofe, e Neto fica na reserva de Buffon.
Ou seja, entre os 36 jogadores que podem ser relacionados para o jogo (só sete vão para o banco em competições da UEFA), há seis brasileiros. Ignorando suas posições, isso significa aproximadamente, 16% de chance da haver um gol verde e amarelo no confronto. Mas, se a história das finais da Liga fosse levada em conta, esse número seria multiplicado por... nove. Esse é o numero de brasileiros que já marcaram em finais de Liga dos Campeões da Europa. Saiba quem são:
Lendário atacante ítalo-brasileiro dos anos 60 e 70, José João Altafini, o Mazzola, era conhecido por deter o maior número de gols em uma só edição de Champions League. Foram 14, número superado por Cristiano Ronaldo em 2014. Dois tentos da marca superada foram marcados na final da temporada 62/63 contra o Benfica-POR, por 2 a 1, quando defendia as cores do Milan-ITA. Também é conhecido por jogar a Copa do Mundo por duas seleções: a de 58, pela brasileira, e a de 62 pela italiana.
Assim como Mazzola, Jair da Costa não teve vida longa na seleção brasileira por ter feito carreira no exterior - na época, era incomum convocar jogadores que atuavam fora. Disputou um amistoso contra Gales e foi à Copa de 62, mas na reserva de Garrincha, não foi utilizado. Logo depois, rumou para a Internazionale-ITA, onde foi tetracampeão italiano e bicampeão da Champions League em 1964 e 65. Na segunda decisão, o Benfica foi mais uma vez vítima de um brasileiro, que marcou o único tento da vitória por 1 a 0 sobre os portugueses.
Centroavante brasileiro revelado no Santos na era pós-Pelé não conseguiu se destacar em meio à crise técnica vivida pelo clube paulista na época. Vendido ao México, foi de lá para a Itália, onde jogou por quatro clubes, incluindo a Internazionale. Em 1986 chegou ao Porto, onde também jogavam os brasileiros Celso e Walter Casagrande. Na metade do ano seguinte, entraria no segundo tempo para marcar o gol da virada na vitória contra o Bayern de Munique, por 2 a 1.
Quase 15 anos depois do gol marcado por Juary, o zagueiro Lúcio voltou a colocar os brasileiros em evidência em uma decisão da Liga. Seu gol pelo Bayer Leverkusen significou o empate após Raúl ter aberto o placar para o Real Madrid, mas não evitou o vice para os espanhóis, que viraram após um voleio histórico de Zidane. O pentacampeão do mundo é o único da lista que não levantou a taça ao marcar numa final.
Na final da Champions da temporada 2003/2004, houve dobradinha brasileira na vitória do Porto sobre o Monaco-FRA, por 3 a 0. Primeiro Carlos Alberto, aos 39' do 1º tempo, e depois Deco, aos 26' do 2º, fizeram os dois primeiros gols da equipe portuguesa.
O dia era 17 de maio de 2006. Barcelona e Arsenal disputavam a final da Champions League da temporada que começara na metade de 2005 no Stade de France, em Paris. A equipe de Ronaldinho, Eto'o e Deco foi para o jogo como favorito e ainda contou com a expulsão do goleiro Jens Lehmann, aos 18 min. Mas aos 37min do 1º tempo, quem abriu o placar foi o time inglês, com Sol Campbell.
Então, aos 26' do segundo tempo, o técnico Frank Rijkaard fez sua última substituição (Iniesta e Larsson já haviam entrado), sacando Oleguer e lançando mão de Belletti. Aos 31' Eto'o empata, e aos 36', o brasileiro marca a história do clube catalão. O lateral invadiu a área após jogada com Larsson e chutou entre as pernas de Almunia, que havia substituído o titular expulso. Final: 2 a 1, Barcelona campeão.
Os 4 x 1 do triunfo madrileño sobre o Atletico de Madrid não ilustra bem o que foi o jogo. Até os 48' do 2º, os colchoneros venciam o Real Madrid por 1 a 0 com gol marcado por Godin ainda no 1º tempo. Mas, praticamente no último lance do jogo, Sergio Ramos empatou de cabeça e levou o jogo para a prorrogação. Ainda na primeira metade do tempo extra, Bale virou após grande jogada de Di Maria, e Marcelo - que botou fogo no jogo após sua entrada no fim do tempo normal - fez o terceiro para coroar sua grande atuação. Cristiano Ronaldo ainda fez de pênalti e sacramentou o título dos merengues.
Depois de ter um gol anulado, Neymar balançou as redes na decisão entre Barcelona e Juventus e decretou a vitória por 3 a 1 no duelo que rendeu a quinta conquista da Liga dos Campeões da Europa ao clube espanhol. O tento aconteceu exatamente no último lance da partida, transformando comemoração do gol do brasileiro na festa pelo título. Foi a nona vez que um jogador nascido no Brasil conseguiu o feito.
por João Vítor Castanheira