Segundo Igor Morbeck, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o câncer de próstata é uma doença silenciosa e por isso não se deve esperar que os sintomas aconteçam para procurar a ajuda de um especialista. "Os sintomas quando surgem podem denotar uma próstata já aumentada de tamanho, mas que não necessariamente tenha câncer dentro da sua glândula. É necessário fazer sempre esse rastreamento a partir dos 45 anos de idade e de forma anual para se chegar em um diagnóstico inicial da doença quando ainda não tem sintomas. É importante falar que os sintomas são inespecíficos, ou seja, outras doenças da próstata e do aparelho urinário podem a um quadro similar. Independente disso são sinais que precisam ser analisados ", orienta o especialista. Há ainda alguns fatores de risco que precisam de atenção como obesidade, histórico familiar de câncer de próstata, caso o seu pai, irmão ou tio tenha tido a doença, e características raciais: homens negros tem mais chance de desenvolver o quadro.
O médico é categórico ao afirmar: "Não há prevenção do câncer de próstata, apenas diagnóstico precoce." De acordo com o Ministério da Saúde, quando os primeiros sinais começam a aparecer cerca de 95% dos tumores já podem estar em fase avançada, por esse motivo, você não deve esperar apresentar sintomas para procurar a ajuda médica. "Os sintomas estão principalmente relacionados à uma dificuldade de urinar. Associado a isso também pode haver dor, sangramentos e aquilo que chamamos de gotejamento terminal, que é ao final da micção haver uma dificuldade de esvaziamento da bexiga. Embora seja raro algo em torno de 15 a 20% dos pacientes com câncer de próstata pode ter a presença de dor óssea", relata.
Em relação ao combate ao câncer de próstata, o tempo é fundamental, quanto antes se descobre a doença, maiores são as chances de recuperação. O exame de toque retal é uma das melhores estratégias para detectar a doença precocemente e permitir ao médico avaliar possíveis alterações na glândula, como a presença de nódulos ou endurecimento. De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 20% dos pacientes podem ser diagnosticados apenas com esse tipo de exame. Outros exames também podem ser solicitados, como biópsias, que retiram fragmentos da glândula para análise e que são feitas por meio de um ultrassom transretal.
Dr. Igor Morbeck, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e Coordenador do Comitê de Tumores Geniturinários.
Por: Ramon Andrade