Segundo o diretor da Sociedade brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Igor Morbeck, é muito importante destacar que o câncer de próstata não é uma doença prevenível e que as maiores chances de recuperação estão na possibilidade de detectá-la precocemente. No entanto, ainda é comum que muitos homens não procurem assistência médica de maneira preventiva ou até mesmo quando há um sintoma inicial e, por esse motivo, essa ainda é uma doença que mata tanto não só no Brasil como no mundo.
"A campanha do novembro azul vem alertar a população masculina para a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. Essa doença é extremamente prevalente não só no Brasil como em todo o mundo. Em 2020, são esperados mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil e em todo o mundo mais de 1 milhão de novos casos", informa o dr. Morbeck.
"É preciso falar que as recomendações de toque retal e PSA começam a aparecer a partir dos 45 anos de idade. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), assim como a Sociedade Europeia de Urologia recomendam o toque retal e o PSA para os homens nessa faixa etária", explica o especialista. O exame de toque é rápido e indolor, o médico usa uma luva lubrificada para apalpar a próstata e perceber se há algum nódulo ou tecidos endurecidos que podem indicar um estágio inicial da doença. Já o exame de sangue avalia a dosagem de PSA, um antígeno da próstata, na corrente sanguínea do paciente. "Houve avanços significativos em termos não só de diagnósticos como também de tratamento desse tipo de câncer. Nós conhecemos muito mais acerca dessa doença, o que faz com que consigamos curar muitos mais pacientes do que antes", avalia
Além da idade, se você é um homem negro ou tem um tio, pai ou irmão que teve o diagnóstico da doença, é possível que o acompanhamento médico comece um pouco mais cedo. "Uma idade menor também pode ser considerada, principalmente para aqueles indivíduos que têm história familiar da doença ou com ascendência negra", recomenda o profissional.
É importante lembrar que, além do câncer de próstata, a campanha do Novembro Azul também busca trazer informação para outras doenças e questões tabus em torno da saúde masculina, como o câncer de pênis, de testículos e transtornos mentais, como depressão, ansiedade e o suicídio.
Dr. Igor Morbeck, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e Coordenador do Comitê de Tumores Geniturinários.
Por: Ramon Andrade