A pitiríase versicolor, mais conhecida como pano branco ou micose de praia, é uma doença bastante comum e que afeta, por ano, mais de 150 mil brasileiros. De acordo com a Dra. Kaliandra Cainelli, dermatologista do Rio de Janeiro, "a pitiríase versicolor é causada por um fungo denominado Malassezia furfur. "Ela se caracteriza, na maioria dos casos, como manchas brancas circulares que descamam localizadas principalmente no tronco do corpo", é o que informa a médica sobre a doença.
Comumente confundidas, tanto a psoríase quanto a rosácea costumam provocar manchas no corpo do paciente. "A psoríase é uma enfermidade inflamatória crônica com influência genética e é caracterizada por placas vermelhas descamativas decorrentes da renovação acelerada das células da pele. As lesões causadas por esse problema aparecem principalmente no couro cabeludo, cotovelos e joelhos", diz a Dra. Kaliandra. Esse é um problema muito frequente e que não tem cura, mas que pode ser controlado a partir de um tratamento adequado, conforme explica a especialista: "Nos casos menos graves, são utilizados corticoide tópico e hidratante, já nos mais graves, são indicados fototerapia, imunossupressores e medicamentos injetáveis chamados de biológicos". A rosácea também é uma situação muito comum, mas que se apresenta em poucas partes do corpo em relação à psoríase. "Já a rosácea é uma doença cutânea crônica e inflamatória que acomete o centro da face. Gera vasodilatação associada a inflamação e fibrose cutânea tardia. Esse quadro apresenta vermelhidão persistente ou transitória, pequenos vasos dilatados, pápulas, pústulas, alterações fimatosas e manifestações oculares", ressalta a especialista.
A dermatite atópica, também chamada de eczema atópico, é um distúrbio na pele que se manifesta por meio de manchas que coçam na região das dobras dos braços e das pernas. "A dermatite atópica é uma doença crônica inflamatória, que também possui origem genética. É definida por placas crostosas que coçam com frequência, acometendo as dobras dos braços e região posterior dos joelhos", revela a médica. "É uma doença não contagiosa que pode vir associada a asma brônquica e rinite alérgica, iniciando na infância e ficando menos intensa na fase adulta, podendo desaparecer na maioria das crianças na vida adulta", explica. Para o tratamento, a Dra. Kaliandra recomenda a restauração da barreira cutânea, através de uma hidratação intensa a base de óleos vegetais capazes de preservar a água da epiderme e que devem ser aplicados diariamente em todo o corpo, principalmente após o banho. "Vale ressaltar que os pacientes que apresentam esse tipo de problema devem ser educados a evitar contato com alergenos como pólen, sabonetes com perfumes, poeira, produtos de limpeza doméstica e tabaco, pois desencadeiam na recorrência da doença", destacou a dermatologista que recomenda ao paciente evitar banhos quentes e fazer o uso de sabonetes específicos, que não irritam a pele e não alteram o seu ph.
Existe o caso de algumas manchas serem apenas o resultado do sol, mas todo cuidado é pouco. "Manchas marrons claras ou escuras de formatos variados localizados em áreas de intensa exposição solar como face, braços, mãos e tronco, podem não ser um problema grave, mas exigem atenção", diz a médica. Ainda assim, vale ressaltar que algumas manchas podem ser um indicativo de câncer de pele e, por conta disso, é necessário ficar atendo a qualquer alteração fora do comum. "Manchas que mudam de cor, que têm formato irregular, que surgem repentinamente, que doem ou têm textura alterada, lesões que sangram ou não cicatrizam, manchas que coçam ou ardam ou descamem, devem ser sempre avaliadas pelo dermatologista", orienta a médica. Nesses casos, é altamente recomendável que, ao se deparar com qualquer tipo de lesão, procure por um dermatologista de imediato.
Dra. Kaliandra Cainelli é dermatologista, graduada em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO) e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. CRM-RJ 801534 | Site oficial | Facebook
Por: Yan Rocha